23 de December de 2021

Zuiho bini: respeito máximo a todas as culturas

Com a chegada do período de festas de final do ano, muitas são as questões envolvendo rituais e tradições de outras culturas

Celebrar com festas da tradição local é a base do zuiho bini

Os budistas mais novos de prática ficam em dúvida quanto a algumas tradições, principalmente ao se aproximar como festividades de final de ano. “Posso montar uma árvore de Natal?”, “Podemos participar da ceia com uma família?”, “Alguma proibição em assistir a filmes, ouvir músicas, ambientar como configurações, relacionadas ao Natal?”, Dentre várias outras dúvidas. Para todas as questões mencionadas acima, a resposta segue abaixo o esclarecimento sobre o princípio budista do zuiho bini (em tradução simples: adaptação da filosofia à época e aos culturas locais).


Primeiro, uma reflexão. Quem inicia uma prática no início da BSGI, nas décadas de 1960, 1970, 1980, vai se lembrar que era comum as reuniões se realizarem com todos se sentando no chão, como ocorre no Japão até hoje. Isso se deu porque os primeiros membros eram imigrantes e esse era o costume. O tempo passou e as cadeiras substituíram os joelhos adormecidos e pernas formigando do hábito tradicional japonês de sentar no chão.


Portanto, o que o zuiho bini demonstra é que não há uma regra dogmática e fechada quanto ao que se deve fazer ou não, tudo depende do modo como encaramos aquele momento particular. O hábito largamente enraizado de montar uma árvore de Natal, cujo significado é a vida, pois o pinheiro é uma das poucas árvores que não perde suas folhas, mesmo no mais rigoroso inverno. Ou seja: se buscar o significado de cada costume, verá que não se trata de algo distante do budismo.


O que deve imperar é sempre o bom senso. O zuiho bini refere-se a encarar as tradições e formalidades budistas como algo passiveis de adaptação, pois foram criadas e aplicadas pelo próprio homem em respeito e agradecimento aos benefícios da prática no budismo. Consta nos escritos “A recitação dos capítulos Meios Apropriados” e “A extensão da Vida Eterna do Buda”, consta:


“Quando examinamos com atenção os sutras e tratados, constatamos a existência de um preceito conhecido como 'adaptação aos costumes locais' que poderia perfeitamente aplicar-se à questão. Tal preceito significa que, se não implicar em sério ato ofensivo, é melhor afastar-se um pouco dos ensinamentos budistas para evitar ir contra os hábitos e costumes do país. Este é um preceito exposto pelo buda. (Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin, vol. I, pág. 74, ed. 2020)


 


Desde o início da expansão do budismo, ao migrar da Índia para a China e depois para o Japão, em cada país por onde passou, a doutrina se adaptou, foi fortemente influenciada e, não é exagero dizer, se enriqueceu com as diferentes culturas.


Ao chegar ao Brasil, um país de tradição cristã, é bastante comum que as pessoas se sintam constrangidas em deixar radicalmente velhos hábitos, por medo de violarem alguma “regra” budista. Sentir-se feliz com a energia de comunhão que contagia a população devido ao Natal não deve ser motivo de culpa ou constrangimento. Pelo contrário! Deixar-se levar por algo bom é mais do que ser budista, é ser humanista acima de tudo.


Quando oferecemos guloseimas inusitadas, ramos verdes, água, vela, incenso, são rituais que envolvem mais do que meras tradições. São atos de sincera gratidão e devoção. Assim, agir com consciência e bom senso é o mais puro ato de humanidade.


Princípio custo a expansão mundial


Foi graças a esse princípio do zuiho bini que o budismo Nichiren da Soka Gakkai expandiu-se a quase duas centenas de países. A compreensão e tolerância quanto às culturas e tradições foram cruciais para que os companheiros do mundo não tivessem conflitos de ideias e costumes. No capítulo “Alvorecer”, do romance Nova Revolução Humana, o presidente Ikeda externou:


“Meu maior recebimento é que os líderes caiam na armadilha de achar que o modo como agimos e pensamos no Japão é absoluto e que os membros de outras partes do mundo devam proceder exatamente da mesma forma. Isso seria o mesmo que obrigar as pessoas de outros países a usarem roupas tradicionais japonesas. Se os líderes pensarem que essa é uma maneira correta de realizar a prática da fé, vai transformarndo o budismo num ensinamento rígido e inflexível. Dessa maneira, em vez de budismo, teríramos o 'japonesismo'. O Budismo de Nichiren Daishonin é um ensinamento para toda a humanidade. (Vol. 1, pág. 34, ed. 2019)


Flexibilidade, essa é a palavra que caracteriza o budismo Nichiren da Soka Gakkai. Significa que cada pessoa tem o direito de fazer o que lhe dá prazer e satisfação, desde que não desrespeite a essência da filosofia humanística tão bem elucidada nos escritos sagrados. À medida que se propagou por dezenas de países, é essa a doutrina principal, presente em cada um dos 192 países e que é a base de todas as ações promovidas pela SGI.


Por meio do conceito do zuiho bini, as mais diferentes culturas se veem contempladas e dignificadas. Compreender esse princípio é professar o budismo e ser o promotor da paz no local onde se encontra. Portanto, avalie sem culpa suas tradições e mantenha a fé neste budismo, usufruindo com alegria da diversidade cultural desse imenso país, sendo exatamente o que é com a consciência de que o Myoho-renge-kyo é a manifestação de todos os fenômenos e que, devido a isso, é a verdadeira filosofia para a revolução humana de cada um.


 

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