“Os desejos têm sido a força motriz por trás do desenvolvimento da civilização moderna.
Nós fizemos com que a natureza e a vida significassem um fim. (..) Mas agora, atingimos nossos limites.
A busca egoística da felicidade surtiu um efeito contrário, trazendo sofrimento, resultante dos problemas ambientais e tecnológicos e levando à proliferação de armas de destruição em massa.
Quaisquer que sejam as soluções globais duradouras para esses desafios, devem ser iniciadas com o que podemos chamar de revolução humana individual[1].” (Daisaku Ikeda)
O novo ser humano que liderará este milênio tem de estar embasado necessariamente em um novo e inovador conceito, que perpasse pela ideia de cidadania planetária. Não mais poderá se voltar somente às questões locais, mas em cada ato, precisa buscar e replicar de forma a visualizar as conseqüências globalmente. O novo cidadão global é um ser que se devota com paixão às questões solidárias e que se envolve voluntariamente para solucionar os problemas de forma efetiva.
Este cidadão é aquele que busca ainda, uma maneira de manter os atuais níveis de desenvolvimento e, mesmo assim, obter o equilíbrio do planeta, ou seja: crescer sem destruir. A palavra de ordem deste novo ser é Sustentabilidade. Ele sabe que se trata de um conceito sistêmico, muito em voga na atualidade, mas é urgente que a sociedade o assimile e introjete em sua vida, agora! A continuidade harmônica entre os aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da humanidade depende desta ação.
Edgar Morin, antropólogo, sociólogo e filósofo francês, enfatiza em seu livro O método, a maior obra sobre epistemologia já escrita, diz que se deve:
"... ensinar a cidadania terrena, ensinando a humanidade em sua unidade antropológica e suas diversidades individuais e culturais, bem como em sua comunidade de destino, própria à era planetária, em que todos os animais enfrentam os mesmos problemas vitais e morais".
Tal posicionamento tem de obrigatoriamente passar pelo conceito de cultura de paz, uma vez que este engloba todas as questões acima descritas. O pacifista, filósofo e poeta Daisaku Ikeda inicia seu romance seriado Nova Revolução Humana, com a seguinte frase:
Não existe nada tão sublime quanto a paz. Não há nada mais feliz do que a paz. Paz – eis o primeiro passo fundamental no propósito do avanço da humanidade.
E a busca pela paz passa necessariamente pela busca pelo aprimoramento, aprender, ensinar e novamente estudar e compartilhar. A economista e ambientalista futurista Hazel Henderson afirma em suas palestras que para tornar realidade o conceito de sustentabilidade, “é melhor trocar receitas do que tortas e bolos”. Um consumo consciente e sustentável deve contemplar a produção e o comércio local e regional, isso é pensar globalmente e agir localmente, trazendo para a atualidade econômica o conceito do microbiologista franco-americano, René Dubos.
Henderson vai mais além e coloca que “(..) Nós, humanos, adoramos compartilhar arte, poesia, literatura, filmes, ideias e invenções uns com os outros. Isto é comércio mundial sustentável, que ajuda a desenvolver a solidariedade e consciência humanas”
Ou seja, fazer deste novo século uma era de paz e de sustentabilidade, tendo o conjunto da humanidade voltada para a solidariedade, o compartilhamento e a tolerância. Este é o caminho para uma cidadania plena e global sustentável.
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