Ser o elo de harmonia da vida com o meio ambiente. Como Flora, tendo como princípio o Esho-funi, Percorrerei o Mundo ao Som da Suprema Lei do Universo (Trecho do poema-juramento do Grupo Flora)
Atuais líderes do Grupo (da esq p/ dir.)): Aline, Letícia, Karen e Stephanie
O Grupo Flora, composto por integrantes do Núcleo Feminino Jovem, completa este ano, três décadas de existência. Suas líderes, todas profissionais da área ambiental, celebram essa importante efeméride explicando sobre a relação da filosofia humanista do budismo Nichiren com o Meio Ambiente. O livro Vida, um enigma, uma joia preciosa, de autoria do presidente da SGI, dr. Daisalu Ikeda tem passagens bastante eloquentes sobre o tema meio ambiente e o budismo. Segundo consta na obra, a influência da energia vital de um único ser humano tem o poder de expandir-se e abarcar toda a humanidade, promovendo ondas de positividade. É o conceito budista do Esho Funi – a inseparabilidade do sujeito e seu meio.
Se os seres humanos abrirem os olhos para o ritmo harmonioso do universo e coexistirem de modo pacífico com todas as formas de vida, eles reforçarão a função da linha da vida e construirão um universo em que a humanidade desfrutará amor, confiança e compaixão plenos, e as atividades da mente humana impulsionarão esse ser vivo — a natureza — a dar continuidade em seu trabalho criativo.
A engenheira agrônoma Aline Erika Hori, budista desde o nascimento, atua profissionalmente na área e, ressaltou que no grupo Flora, “pude compreender mais sobre minha missão na sociedade em relação à causa socioambiental”. Ela enfatiza que “com base no princípio de esho funi, a crise ambiental que a humanidade enfrenta decorre, em grande parte, da atuação destrutiva do próprio homem. Nesse sentido, Aline crê que prática budista da revolução humana[i], é essencial para tornar a Terra um local de coexistência harmoniosa com os seres e seu meio, além de sustentável para as gerações futuras. Porque ao elevarmos nossa condição de vida interior aumentamos a percepção, o poder de reflexão e ação em relação ao meio ambiente e a sustentabilidade.
Letícia Rodrigues Amendola é gestora ambiental e ressaltou que sua atuação no Flora fez com que se tornasse uma pessoa mais consciente sobre sua responsabilidade em todas as esferas. Ela explicou que o grupo tem duas frentes: no monitoramento e conscientização dos grupos de visitação ao Centro Cultural Campestre, explicando sobre os locais e a importância das áreas de conservação ambiental; a segunda tem a ver com a promoção de palestras ambientais nos encontros dos Núcleos de Base da BSGI. “Eu poderia falar do esho funi mas é muito mais que isso. Cada vez mais entendemos que budismo é vida diária, não é aquele tempo determinado da reunião”, explicou. Ela ressalta a importância de se manter uma postura de um cidadão digno, responsável nas suas ações e na maneira como leva a sua vida. Ela coloca que muitas ações do dia-a-dia impactam negativamente o meio ambiente e, as palestras do Grupo Flora buscam elevar a consciência cidadã, de forma simples e clara para que todos possam refletir e se engajar no movimento de sustentabilidade.
A mestre em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente e gestora ambiental, Stéphanie Birrer, é budista desde a primeira infância e se orgulha de ter crescido nos “jardins” da Soka Gakkai do Brasil. Como as demais, ressaltou a importância de se conhecer e cultivar o conceito do esho funi, que, segundo ela, também tem a ver com o “companheirismo, a sinceridade e a compreensão de como podemos contribuir para um planeta melhor, são aspectos que pude aprender no Flora”. Ela ressalta que o esho funi é um princípio importante para compreensão do potencial ilimitado de cada pessoa, pois, “compreender e valorizar a sociobiodiversidade brasileira pode contribuir para a expansão da nossa compreensão da realidade”.
A coordenadora nacional do grupo, Karen Kumagai, que é tecnóloga em saneamento ambiental e engenheira ambiental e budista , destaca que o Flora lhe trouxe uma compreensão muito maior do que é o conceito budista do esho funi. Ela exemplifica com uma citação eloquente do dr. Ikeda:
Precisamos construir uma sociedade em que todos possam desfrutar de uma vida pacífica e segura e, para isso, temos de estabelecer firmemente os princípios do respeito pela vida e pela dignidade humana. Não há como medir a preciosidade de cada vida. Não devemos permitir que a tendência a diminuir o valor da vida e dos seres humanos prevaleça. Pelo contrário, é vital que nos esforcemos para criar uma sociedade que valorize a vida e a felicidade de cada indivíduo. Essa é a prática do estabelecimento do ensinamento correto para a paz da nação no século 21.
“O que aprendi dentro do grupo Flora: a grande questão de interrelacionar o meio ambiente com o budismo e reformar o coração das pessoas. A chave da transformação do comportamento humano para valorizar o ambiente em que vivemos está na mudança interior”, finalizou Karen.
[i] O termo “revolução humana” indica uma transformação do ser humano, uma mudança interior da vida no nível mais fundamental do ser.