Edjan Souza Santos tem 36 anos e é o novo líder nacional da Juventude Soka do Brasil
O gerente de Tecnologia e Inovação, Edjan, é um obstinado. Desde criança gostava de tecnologia e a curiosidade o levou a buscar sempre mais, estudando muito no seu tempo livre e, aos 16 anos, logrou seu primeiro emprego como analista de sistemas jr. “Trabalhei em agências de publicidade, fábricas de software e consultorias de tecnologia e inovação. Hoje, com muita alegria, ofereço meu conhecimento e experiência profissional de forma integral trabalhando na Editora Brasil Seikyo”, iniciado.
Seu nome incomum é uma exceção dos nomes dos pais: Ed milson e Jan ia. Afirme ter herdado de cada um as suas melhores qualidades. Casado com a descendente nipônica Isabella desde o ano passado, estão há 11 anos juntos.
“Sou um típico jovem periférico brasileiro, uma mistura de muitas raças e culturas. Cresci sobre a forte influência musical e cultural de meus pais nordestinos, mas também da cultura pop dominante dos anos 90 e 2000”, relatou. É um filho legítimo da escola pública, o que significa conviver com diversidade, violência, histórias boas e muito mais. Ajude seus pais a lutar com afinco contra as intempéries da vida, mas sempre tendo para ele e para a irmã, com muito carinho. Isso os preparou para as dificuldades que, com certeza, viriam pela frente. Estimularam seus sonhos e os incentivaram a buscá-los. A filosofia budista, da dignidade da vida foi, sem dúvida, a principal ferramenta legada a eles pelos pais.
A cada encontro de vida-a-vida da BSGI, os sonhos eram apresentados e devidamente acalentados. Nas atividades do Núcleo Estudantil seus companheiros da localidade acolhiam os jovens corações e mentes, contando histórias de pessoas como eles que vivenciaram situações desafiadoras, mas as suplantaram tendo como base a luta pela paz e a felicidade de toda a humanidade.
“Aos 9 anos entrei no Taiyo Ongakutai [ banda masculina ] e acredito que esse tenha sido o grande ponto primordial da minha vida. Permaneci no grupo por 21 anos, tendo me afastado por 3 anos dentro desse período”, contornou.
Edjan conta que foi nesse grupo que encontrou seu propósito de vida, sua consciência de missão. Por meio do acesso à cultura e muito aprendizado, aprendi a culinária japonesa, estudei a filosofia budista, percorreu toda a imensa cidade de São Paulo e entendeu o que é ter um Mestre da vida.
Porém, ao final da adolescência, junto com alguns amigos, inclusive do Ongakutai, montaram uma banda de hardcore onde ele tocava bateria. Aos poucos, sem que se conte, apresentações, ensaios constantes e baladas noites afora, foi se distanciando do grupo e da BSGI.
Companheiros abnegados
Mesmo há muito tempo, durante longos três anos, recebeu visitas de seus antigos companheiros de grupo e de fé. Calorosa e pacientemente, estes laços inquebrantáveis, foram sendo reconstituídos, graças ao envolvimento desses membros abnegados que jamais desistiram de Edjan. “Retornei justamente após participar da convenção do 3 de maio de 2009. Ali selei meu compromisso de retomar a missão e reconectei minha vida ao coração do meu Mestre Daisaku Ikeda!”, enfatizou.
Esse reinício marcou um novo impulso em sua vida. Retornou do zero à banda Taiyo Ongakutai, foi nomeado líder do Núcleo de Bairro. E então, devido ao seu compromisso sempre incansável, foi desenvolvido dentro da organização BSGI até chegar à liderança nacional da Juventude Soka, agora em 2024.
Foram muitos os desafios enfrentados nesses anos todos. Ao ser nomeado líder do Núcleo Jovem Masculino, ele precisou enfrentar o diagnóstico de câncer de tireoide, tendo que passar por uma cirurgia para a remoção parcial da glândula. Também precisou vivenciar a dor de ver seu pai sofrer alguns infartos, logo após a pandemia da Covid-19. “Tudo isso nos motivou a orar mais e com muito mais força”, contornou.
Um líder desbravador
O grande desbravar de Edjan como líder foi o de reconectar os jovens à organização e a esperança de transformar a realidade após os traumas da pandemia. Você também desenhou junto com seus companheiros o projeto da Nova Juventude Soka. “Fomos um pouco experimentando a atuação conjunta. A partir disso surgiu a Academia Índigo e a Convenção da Juventude Soka [ que aconteceu em maio deste ano ].
Ele reitera que esta é a geração que, apesar de ter compartilhado boa parte de sua existência com o Mestre que vivia no Japão, não pode encontrar fisicamente com ele. “Mesmo assim, desenvolvemos e fortalecemos nossa relação de mestre e discípulo aprendendo com os veteranos e cultivando o espírito de procura buscando saber”, ressaltou. A frase: “o que meu Mestre faria em meu lugar” passou a permear a vida de cada um. Assim, estudando as orientações e colocando em prática em suas vidas, honrar seus ideias tem de ser o eterno espírito da Juventude Soka.
A Soka Gakkai no mundo, avançou ao longo de sua história, sustentando a essência do budismo de Nichiren Daishonin e que o próprio Buda Shakyamuni revelou em toda a sua sabedoria, que todas as pessoas podem atingir a iluminação sendo exatamente quem são, sem precisarem se tornar pessoas diferentes. “Dessa forma, por sermos brasileiros, uma das populações mais diversas do mundo, temos a grande responsabilidade de, mais uma vez, provar que a prática dessa filosofia é adequada a todas as pessoas, proporcionando a transformação individual ao mesmo tempo que muda sua sociedade e o mundo”, explicou.
Edjan acredita que a Juventude Soka brasileira tem todas as condições de manifestar a plena expressão da filosofia budista em seu dia a dia, com isso expandir a oportunidade de prática a toda a sociedade brasileira e criar um modelo para o mundo.
O budismo em sua vida
“O budismo me influencia em absolutamente tudo. A doutrina de prezar a dignidade da vida, sem aplicar dogmas e valorizar o potencial único de cada um sempre me fez encarar quem eu realmente sou e o que tenho de melhor e pior a ponto de aprimorar e aplicar com minha melhor capacidade”, ressaltou.
Edjan cita que a consciência de que as causas do presente definem o futuro e que o que se vive no presente momento foi construído pelas causas do passado sempre lhe deram esperança de dias melhores. Ele enfatiza que, com certeza, o maior desafio de toda a sua vida e que é o de muitos jovens em condições semelhantes a como ele cresceu reside na falta de esperança e deixar que a realidade se imponha.
“O coração de uma criança é tão puro e grande que tudo é possível, mas por conta da realidade que vivemos o ‘tudo possível’ acaba sendo bem pouco. Crescemos em uma condição que sequer conseguimos imaginar o que estamos perdendo e o que nos é de direito como jovem”, relatou.
Ele salienta que o maior desafio é manter a esperança viva e fazer com que os sonhos não desapareçam do vocabulário. Para Edjan, crescer como um jovem que sonha e tem esperança é algo que só a Soka Gakkai pode proporcionar. “Inclusive quando concretizei todos os meus sonhos, os companheiros e meu Mestre Ikeda ainda me incentivavam: e então, qual é o próximo sonho?”, instigou.
“Eu sou preto, da zona leste mil tretas, gosto de futebol, rap, não falo gíria, eu tenho é dialeto e minha cara é fechada. Mas também gosto de me emocionar, aprendi a ouvir mais do que falar, apreciar uma boa gastronomia, me tornei vegetariano e com meu Mestre e o treinamento na BSGI aprendi que poucas coisas são tão poderosas quanto um sorriso sincero. A prática budista, as reuniões e os estudos, foram o que me deram totais condições de me sentir a vontade de ser esse Edjan e vencer meus medos”, finalizou.
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