Rumo à cidadania global A Terra é originalmente um oásis verde sem a necessidade de fronteiras nacionais; é o local para a coexistência compartilhada da humanidade, a personificação de nosso destino comum. Os tempos exigem que repensemos as questões: qual a finalidade de uma identidade nacional? Qual o propósito das fronteiras nacionais? Daisaku Ikeda
A verdadeira satisfação é aquela em que se compartilha, em que se oferece o que tem a quem nada possui
A epígrafe acima requer uma reflexão. A ideia de um mundo sem fronteiras, embora à primeira vista possa parecer ingênuo e utópico, é algo que poetas e visionários já pensaram e, mais do que isso, ousaram sonhar!
A economista Hazel Henderson, no diálogo com Daisaku Ikeda publicado no livro Cidadania Planetária, enfatiza que “sob as atuais condições da globalização, devemos fazer um novo exame das antigas regras da competição, segundo as quais uns poucos vencem e os demais perdem [...] Devemos compreender que é nesse tipo de mundo que vivemos, que construir uma sociedade melhor para todos tem resultados positivos [...], devemos viver de acordo com essa compreensão”.
Nesse mesmo diálogo, o também economista, dr. Daisaku Ikeda, ressalta que o ponto de partida para a mudança dos modelos econômicos tem necessariamente que ser “a busca da felicidade humana”. Segundo ele ainda, a economia tradicional ensina que os seres humanos seguem seus desejos e trabalham para a própria satisfação. Porém, a verdadeira satisfação é aquela em que se compartilha, em que se oferece o que tem a quem nada possui: “...a verdadeira virtude humana e a atitude profunda e amável de alegrar-se tanto com a própria felicidade quanto com a dos outros”.
Nesse sentido, a Carta da Terra enaltece esse ponto da seguinte forma:
“Somos, ao mesmo tempo, cidadãos de nações diferentes e de um mundo no qual as dimensões local e global estão ligadas. Cada um compartilha da responsabilidade pelo presente e pelo futuro, pelo bem-estar da família humana e de todo o mundo dos seres vivos.
O espírito da solidariedade humana e de parentesco com toda a vida é fortalecido quando vivemos com reverência o mistério da existência, com gratidão pelo dom da vida, e com humildade em relação ao lugar que o ser humano ocupa na natureza.”
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