09 de October de 2015

Por um habitat sustentável

“A terra não pertence ao homem; o homem pertence a terra. Todas as coisas estão ligadas como o sangue que une uma família. Há uma ligação em tudo. O que ocorrer sobre a terra recairá sobre os filhos da terra. O homem não tramou o tecido da vida; ele é de seus fios. Tudo o que fizer ao tecido, fará a si mesmo”. (Chefe Seatle, 1854)

Planeta Terra: nosso habitat ameaçado

O texto acima é parte de um dos mais profundos documentos já escritos. O autor é um chefe índio estadunidense em resposta ao então presidente dos EUA, que lhe propunha a compra de suas terras. Em 1985 a Organização das Nações Unidas – ONU – instituiu a primeira segunda-feira de Outubro, como o Dia Mundial do Habitat, uma data para refletir sobre o propósito de tudo o que o ser humano realiza em sua casa, o planeta Terra. É uma ocasião para todos compartilharem e se conscientizarem sobre sua responsabilidade quanto ao futuro do habitat humano.


A partir deste ano, a ONU estabeleceu 8 objetivos gerais que repercutem diretamente em nosso habitat e que têm um prazo estabelecido para serem cumpridos: 2030. São também conhecidos como "8 Jeitos de Mudar o Mundo", os Objetivos do Desenvolvimento do Milênio (ODM):


1. Reduzir pela metade o número de pessoas que vivem na miséria e passam fome. Cerca de 980 milhões de pessoas no mundo vivem com menos de 1 dólar por dia. Algumas ações sugeridas são: o apoio à agricultura familiar, programas de educação e projetos de merenda escolar.
2. Educação básica de qualidade para todos. Cento e treze milhões de crianças ainda não freqüentam a escola no mundo. Fornecer material didático gratuitamente e capacitar professores são parte das iniciativas adotadas pelos governos.
3. Igualdade entre os sexos e mais autonomia para as mulheres. Dois terços dos analfabetos são mulheres. A ONU sugere projetos de capacitação e melhoria da qualificação profissional feminina e a criação de oportunidades de inserção das mulheres no mercado de trabalho.
4. Redução da mortalidade infantil. A cada ano, 11 milhões de bebês morrem de causas diversas. Investimento em saneamento básico, estímulo ao aleitamento materno e campanhas de esclarecimento sobre higiene pessoal e sanitária são algumas das medidas propostas.
5. Melhoria da saúde materna. Nos países pobres e em desenvolvimento, a cada 48 partos uma mãe morre. As ações passam por iniciativas comunitárias de atendimento à gestante, no pré e pós-parto, e por programas de apoio à saúde da mulher.
6. Combate a epidemias e doenças. A cada dia, 6.800 pessoas são infectadas pelo vírus HIV. A cada ano, dois milhões de pessoas morrem de tuberculose e um milhão, de malária. Distribuição gratuita de remédios e campanhas de vacinação estão entre as propostas.
7. Garantia da sustentabilidade ambiental. Os governos apostam em programas de coleta seletiva e reciclagem, no suporte a projetos de pesquisa na área ambiental e no estímulo a práticas sustentáveis, divulgadas em empresas, escolas e comunidades.
8. Estabelecer parcerias mundiais para o desenvolvimento. O intuito é diminuir a desigualdade entre os países. Apoio à capacitação profissional de jovens de baixa renda, mobilização de voluntários na área da educação e estímulo a projetos voltados ao empreendedorismo estão entre as ações.


Não por acaso, o tema da proposta de paz deste ano do filósofo, humanista e pacifista, dr. Daisaku Ikeda é Compromisso de todos com um mundo mais humano: acabar com a miséria da Terra.


O futuro depende do inadiável compromisso de todos e de cada um para que ninguém mais, inclusive as gerações vindouras, venha a suportar os sofrimentos que nos afligem (...) frases como ‘acabar com a pobreza em todas as suas formas e em todos os lugares’, ou ‘assegurar vida saudável e promover o bem-estar de todos, em todas as idades’, não são meras palavras: significam o compromisso de respeitar a dignidade de todas as pessoas. Sem exceção.


Esta breve introdução deixa claro o teor deste documento. Ao longo de todo o texto, Ikeda discorre sobre os objetivos da ONU e clama por uma reumanização em todos os setores, em especial, na política e na economia. Cita uma das frases de grande impacto proferida pelo papa Francisco há dois anos: “um desabrigado morre de frio e não é notícia? Mas quando a bolsa cai dois pontos sai na primeira página?”. Como e quando é que perdemos nosso senso de humanidade? Quando e por que a perda de uma vida humana tornou-se um fato banal e sem importância, como se o ser humano não passasse de um mero número?


Não se mede o grau de desenvolvimento de um país pela quantidade de riqueza acumulada, mas pelo grau de miséria que impõe a seu povo. Nosso habitat – nossa casa – é, até o momento, nosso único lar. Que é finito. Que está enfermo e necessita de cuidados. De todos e de cada um. Miséria sim é pobreza, é sofrimento, é degradação e é ultrajante e que por isso deve e precisa ser combatida em todas as suas formas.


O simples ato de refletir é um começo. E, a partir dessa reflexão, traçar uma linha de ação, mesmo que simples e quase imperceptível. Todo dia um passo, gradual e constante. Essa é a essência da filosofia humanística da SGI e que mais de 12 milhões de pessoas no mundo proclamam e professam.


São três as propostas concretas elencadas pelo pacifista Ikeda “para eliminar a palavra miséria do léxico humano”:


1. A proteção dos direitos humanos dos desabrigados e migrantes internacionais;
2. A proibição e eliminação das armas nucleares;
3. A conquista de uma sociedade global sustentável.


Ele finaliza o documento relembrando a fundação da SGI há quarenta anos na ilha de Guam, com a presença de representantes de 51 países e territórios. Nessa ocasião foi firmada uma declaração cuja essência enfatiza e encerra este artigo:


Na criação da paz, os laços de coração a coração, entre pessoas que despertam para a dignidade da vida, são mais fortes que os laços econômicos ou políticos entre nações (...) A paz duradoura não pode ser alcançada sem a conquista da felicidade da humanidade. Nosso objetivo é fazer do ideal budista de benevolência um novo elemento filosófico que, a partir de agora, estimulará o espírito necessário para garantir a felicidade e a sobrevivência da humanidade.


 

Voltar para o topo

Outras notícias

March de 2024

January de 2024

December de 2023

November de 2023

Mais notícias

Notícias + lidas

Sede Central da BSGI
Rua Tamandaré, 1007
Liberdade - São Paulo - SP
Brasil
CEP: 01525-001
Telefone
+55 11 3274-1800

Informações
informacoes@bsgi.org.br

Relações Públicas
rp@bsgi.org.br
Informações Gerais
Contatos
Redes Sociais
Facebook
YouTube
Instagram
Twitter
Sites Relacionados
Soka Gakkai Internacional
Daisaku Ikeda
Josei Toda
Tsunesaburo Makiguchi
Cultura de Paz
Editora Brasil Seikyo
CEPEAM
SGI Quarterly
Escola Soka do Brasil
Extranet BSGI