O astro Balotelli (no centro) na periferia da Bahia
O Dynamo de Kiev em foto de 1941
O BSGI Newsletter não poderia deixar de destacar alguns fatos que marcaram a história, tanto do esporte quanto do mundo.
Do livro do genial e igualmente emblemático escritor uruguaio, Eduardo Galeano, Futebol ao sol e à sombra, salta este impressionante trecho que reproduzimos na íntegra para que o leitor usufrua um pouco do magistral escriba portenho:
O futebol e a pátria estão sempre unidos; e com freqüência os políticos e os ditadores especulam com esses vínculos de identidade. (...) para os nazistas o futebol era uma questão de Estado. Um monumento lembra, na Ucrânia, os jogadores do Dynamo de Kiev de 1942. Em plena ocupação alemã, eles cometeram a loucura de derrotar uma selação de Hitler no estádio local. Tinham sido avisados:
– Se ganharem, morrem.
Entraram resignados a perder, tremendo de medo e de fome, mas não puderam agüentar a vontade de ser dignos. Os onze foram fuzilados vestidos com as camisas, no alto de um barranco quando terminou a partida.
Já o astro da Costa do Marfim, Didier Drogba, com um gesto de coragem e ousadia, acabou com a guerra civil que se arrastava há cinco anos em seu país.
Em março de 2007, uma partida válida pela qualificação da Taça das Nações Africanas contra Madagascar, Drogba exigiu que a partida fosse realizada em pleno território rebelde. Bouaké era sede das tropas rebeldes do norte. O craque marfinense conseguiu reunir lado a lado, o presidente Laurent Koudou Gbagbo e o lider guerrilheiro Guillaume Kigbafori Soro, que hoje é primeiro-ministro do país. A Costa do Marfim goleou Madagascar por 5 a 0 e no dia seguinte, jornais marfinenses noticiaram: “Cinco gols para acabar com cinco anos de guerra”. Na ocasião, Drogba exclamou: “Foi como se a Costa do Marfim tivesse renascido”.
“Drogba e a seleção conseguiram fazer em 90 minutos o que os políticos não conseguiram fazer durante anos: unir a Costa do Marfim”, disse Guy Denis Koné, rebelde das forças de oposição, que assistiu ao jogo no estádio.
O controverso atacante italiano Mario Balotelli pode ser um encrenqueiro em campo, mas fora dele, atua com tranqulidade e sem merchandising para mudar a sociedade. E que nem é a dele!
Em parceria com um amigo brasileiro Marcio de Jesus, ele mantém empresa de capacitação de adultos na comunidade de Mata Escura na periferia de Salvador, capital baiana.
A meta da Pandora do Brasil é formar equipes para montar placas de energia solar, trabalho realizado em três etapas: curso de captação solar, eletricista e artesão. As vendas das placas ajudam a bancar o projeto, que recusa doações.
A Pandora do Brasil ensina ferramentas para instituições carentes sobreviverem sem donativos. O astro Balotelli só abre exceção para si, como patrono do projeto. “Na primeira vez, ele bancou o teto da quadra de esportes. Já na segunda vez, deu 13 computadores para o nosso centro tecnológico”, conta Márcio. O atacante de 22 anos não gosta de comentar publicamente sobre suas boas ações fora dos campos, mas ele ainda contribui com os Médicos sem Fronteiras; ajudou na construção de uma escola para crianças no Sudão, na África; apoia o trabalho da Associação Casa do Sol; e participa de diversas campanhas contra o racismo.
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