Educadores Soka: ações transformadoras
A meta: maximizar a capacidade/competência dos professores para obter resultados positivos em sala de aula e ainda, revitalizar, reconhecer e empoderar o trabalho do educador por meio do registro de suas histórias de ações transformadoras. No último dia 2 de fevereiro, a Coordenadoria Educacional da BSGI promoveu a Academia de Educadores Humanistas Soka, que teve um público de 80 educadores associados da BSGI, das redes pública e privada, de todos os níveis de ensino (Infantil ao Superior).
O evento promoveu o diálogo, a troca de experiências, vivências e até uma ciranda (dança circular tipicamente da arte popular brasileira) integradora. Segundo um dos palestrantes do dia, o professor universitário, Marcos Roberto dos Santos, “este evento me fez retornar ao ponto primordial da Soka Gakkai, bem como da educação humanista que é a valorização da vida, priorizar a felicidade de nossos preciosos alunos, até mesmo muito mais do que apenas ‘desenvolver a personalidade’. Como educador vi como é forte a unicidade entre Mestre e Discípulo e que esta deve ser praticada seriamente na educação”.
Já a professora universitária Neide Cristina da Silva explanou sobre sua experiência na faculdade de Turismo. Motivada pelas práticas pedagógicas transformadoras ministradas pela Coordenadoria Educacional com base na filosofia humanista, Neide propôs que seus alunos se engajassem em um projeto de Turismo Social cujo objetivo segundo o Ministério é conduzir e praticar a atividade turística promovendo a igualdade de oportunidades, equidade, solidariedade e o exercício da cidadania na perspectiva da inclusão. Para aproximar a teoria da prática, incentivou seus alunos a produzir um roteiro turístico, sem custos, para quarenta crianças carentes da Associação Pequenos Pescadores de Assis localizada em Itaquera – APPA. Assim motivados por meio de execução de rifas, venda de produtos e apoio dos patrocinadores, os alunos obtiveram a verba necessária para a execução do projeto. O resultado: as crianças da APPA contempladas com a atividade, relataram que se sentiram incluídas e importantes, além de se maravilharem com os recursos naturais dentro de São Paulo, aprendendo sobre proteção ambiental e sustentabilidade social/ambiental. “Com os objetivos do projeto alcançados certamente essa experiência, contribuirá para a formação dos discentes, docentes e crianças envolvidas no projeto”, concluiu a professora.
Liz Maria Alves Ferreira Teixeira leciona Língua Portuguesa para o Ensino Fundamental II, no colégio Sion de São Paulo. Também ministra aulas no Ensino Superior e cursinhos voltados a concursos públicos. Ela relatou sua experiência denominada Um novo olhar, projeto de Língua Portuguesa, no colégio em que atua. O objetivo foi inspirado em lição apreendida em outro evento da Coordenadoria Educacional realizado no ano passado: “colocar vida no papel e papel na vida”, palavras proferidas por Irene Sakagiri naquela ocasião (vice-responsável da coordenadoria Educacional da BSGI e responsável do DEPEDUC – Depto. de Estudos e Práticas em Ciências da Educação). Liz ressalta que “a primeira lição marcante foi que, acima de qualquer circunstância, o educador deve ser aquele que abre as oportunidades, mostra, desperta e, principalmente, inspira seus alunos”.
Outra palestra de ação transformadora foi proferida pelo professor da rede pública do Ensino Fundamental 1, Edson Gennari, cujo projeto denominou-se Poema como instrumento de Alfabetização e Valoração. Em meio a um ambiente difícil com alunos agitados, violentos e com sérios problemas familiares que se refletiam na sala de aula, Edson decidiu implantar na sala de aula uma cultura de paz, por meio de poemas que tem em seu contexto um forte apelo humanístico para sensibilizar e fazer refletir sobre o comportamento individual. “Tudo teve início quando resolvi colocar em prática meu trabalho de conclusão de curso, que teve como tema: poema como instrumento de alfabetização e valoração”, explica o professor.
A cada aula semanal, Edson foi introduzindo versos de poemas do presidente da SGI, dr. Daisaku Ikeda, ou poemas curtos, como os de Rosane Murray. Escolheu obras que ressaltam valores éticos, morais e humanísticos.
Em poucas semanas seus alunos haviam memorizado dois poemas: “Amor não é só”,de Rosane Murray e “Companheirismo”, de Daisaku Ikeda. Encantados, eles encantaram também pais e professores, “Tiveram a oportunidade declamar coletivamente em voz alta e de bom tom, e alguns professores se emocionaram chegando as lágrimas”, exulta Edson.
Parte do público presente ao evento, o professor Edson Soares de Lima, de Novo Horizonte-SP e membro da Coordenadoria Educacional, enfatizou que “essa Academia trouxe um aprofundamento do Estatuto da Criança, e o relato [da professora Neide] mostrou como a professora organizou sua aula na faculdade para que seus alunos brilhem e também iluminem as crianças. O grave erro é esperar que o Estado nos forneça tudo e somos nós que devemos utilizarmos filosofia humanística do budismo Nitiren em prol da sociedade”, relatou.
O resultado geral deste impressionante evento pode ser resumido no depoimento da professora de Língua Portuguesa Sandra Oliveira Ramos Rocha: “Quanto aprendizado num único instante de nossas vidas! Como cultivar a felicidade dos nossos alunos? A resposta foi sintetizada na palestra sobre a Mandala de Ensinamentos e também no estudo da filosofia humanística que nos possibilitou conhecer um universo de conceitos imprescindíveis para nos tornarmos genuínos mestres na ciência da educação, cujo objetivo principal é fazer a diferença na vida de cada pessoa, sem distinção!”.
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