11 de September de 2014

Depressão nunca mais!

O jovem Rodrigo é hoje uma pessoa feliz e dedicada ao humanismo

Rodrigo (de terno) atuando no grupo de proteção

O jovem ladeado pelos pais

O encontro humanista da BSGI daquela comunidade estava para se iniciar. Subitamente um rapaz trajando roupas pretas, olhos igualmente pintados de preto e cabelos cuidadosamente desarranjados adentra o recinto. Com a cordialidade que lhe são peculiares, as pessoas que já estavam no local saúdam-no com explícita satisfação e alegria. O gótico1 Rodrigo Silva Ferreira sente-se acolhido. “Este lugar é diferente”, pensa. Acostumado a causar frisson em todos os lugares em que ia vestindo o uniforme de sua turma, Rodrigo estranha a hospitalidade sincera e alegre. “Pensei: este é um lugar que não discrimina”, conta. Jovem ainda, Rodrigo, viu seu mundo tornar-se subitamente sombrio. Associado da BSGI há três anos é quase impossível reconhecê-lo hoje no alegre e jovial rapaz que recebe efusiva e calorosamente seus pares nos eventos em que atua pelo grupo de logística e proteção dos eventos, sedes regionais e centros culturais da organização.


Embora tenha desfrutado de uma infância feliz “brinquei, pulei e joguei bola como qualquer criança amada pelos pais. Eu era arteiro!”, aos poucos o convívio social foi sufocando-o a ponto de tragá-lo em um precipício do qual via poucas chances de emergir. “Comecei a me interessar por músicas, festas, livros, filmes e poesias sobre a cultura gótica, pois era uma forma de cada vez mais alimentar o que eu sentia dentro de mim. Já depressivo, achava que era a pessoa mais infeliz do mundo, vivia culpando os outros, e por isso questionava o porquê de ter nascido. Não tinha esperança de melhorar. Cheguei até mesmo a pedir para minha mãe me matar, porque não queria mais viver sofrendo”, reflete.


Um dia, cego pela raiva incontrolável, empurrou sua mãe e ela fraturou o braço. Assustado, percebeu que precisava se isolar do convívio com os que amava – pais e amigos – para não correr o risco de machucá-los. O que se iniciou na adolescência com a insegurança e a timidez típicos da idade, foi se somando à angústia causada pelos apelos do consumismo que a civilização moderna impõe aos menos favorecidos financeiramente. Sem ter algo em que acreditar, foi seduzido pelo niilismo do estilo gótico e deixou-se arrastar para um mundo cada vez mais sombrio.


O primeiro contato com a BSGI foi por meio dos jornais que sua mãe trazia da casa de seu patrão. “Eu lia alguma coisa de vez em quando, mas não me interessei por nada em particular”, conta. Anos depois, uma amiga roqueira convidou-o a participar do encontro descrito na abertura deste texto. A depressão e o transtorno do pânico encontraram terreno fértil para progredir.


Tinha meus sonhos de trabalhar, namorar e fazer faculdade, mas não sabia como alcançá-los. Às vezes, brigava em casa com os pais culpando-os pelas frustrações de não conseguir realizar nada.


Naquele encontro mágico e místico, sentiu uma paz que nunca encontrara. Aos 30 anos ele se sentiu nascendo de novo, desta vez mais forte e capaz. Abraçou este lampejo de felicidade que se apresentava à sua frente e decidiu-se pela felicidade.


A luta contra a depressão foi árdua. Sucumbiu algumas vezes, mas venceu outras tantas. A amiga que o levou ao primeiro encontro, roqueira confessa e militante, foi sua parceira de armas. Caminhou ao seu lado sem ressalvas e emprestou-lhe força e energia que extraia das leituras sobre a filosofia humanista do budismo Nichiren. “Ela foi um alicerce que me amparou durante todo o processo”, enfatiza tomado pela gratidão. Para vencer o sentimento de vazio que o dominava, entregou-se à nobre missão de dedicar-se em prol de outras pessoas que mal conhecia. Passou a entregar as publicações para os membros, ao mesmo tempo, ajudava a família administrando as casas que tinham de aluguel. Percorria muitos quilômetros enfrentando chuva, lama e escuridão para fazer visitas com sua bicicleta comprada especialmente para isso. Nada o desanimava. “Sentia gratidão e vontade de desafiar, pois estava desfrutando da alegria de viver com esperança e vencendo minhas limitações. Entrei para o grupo de logística e proteção e aprendi a importância de ter um ideal. Todas essas mudanças fizeram com que meus pais decidissem associar-se à BSGI junto comigo. Quanta alegria!”


Seu ingresso no grupo já citado foi um divisor de águas. Compreendeu ali o quanto o jovem pode realizar se tiver um ideal e condições para edificá-lo. Hoje, após três anos apenas de seu ingresso na organização, sua vida é totalmente diferente. É um jovem que emociona ao contar da felicidade que sente por ter uma meta de vida e saber que sua atuação está levando um naco de felicidade a muitas pessoas. Cuida dos pais e seus amigos de agora são como ele, cheios de vitalidade pela consciência de que a vida tem de ser vivida com satisfação e sem arrependimentos!


Rodrigo conclui seu depoimento com as palavras do presidente da SGI, dr. Daisaku Ikeda alusiva à missão dos jovens neste mundo: “Quando um jovem se propõe a lutar com determinação pela justiça, manifestará sua verdadeira força sem necessidade de estratégias ou teses (...) rompendo o pequeno casulo de sua condição de vida”.


 


1 O gótico contemporâneo, como estilo de vida surgiu nos anos 80 com o movimento dark, contrário as normas impostas pela sociedade, e buscando uma nova de expressão, com doses de depressão. 

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